Virar a Cidade, muito mais que um slogan, é um conjunto de ideias claras de novas maneiras de pensar uma cidade e a participação cidadã.
Um facto que a mim me parece evidente é que os modelos de participação se encontram ultrapassadas, ou, se quiserem, desactualizados.
Ao contrário do que é apanágio troikal, não precisamos de menos democracia, precisamos, isso sim, de melhor democracia.
E para alcançarmos essa meta de melhorar as instituições, quer no seu funcionamento, quer na recuperação da credibilidade e confiança das mesmas, precisamos, em primeiro lugar, de admitir a existência de um grande fosso entre as pessoas (cidadãos) e as instituições democráticas, estudando e identificando as razões para tal fenómeno. É através de uma política de abertura e clareza, apostando na participação activa despida de preconceitos e estigmas, recorrendo a instrumentos como os orçamentos participativos, bem como a promoção da transparência, a partir, por exemplo, da divulgação nos sites institucionais de todas as responsabilidades (financeiras ou não) assumidas pelos municípios, que se pode esclarecer melhor os cidadãos, envolve-los e mudar a situação. Só através de passos destes, poderemos “ virar a cidade”, torná-la nossa e não apenas um lugar de repouso.
Para reduzir a distância existente entre os cidadãos e a cidade é preciso criar e fomentar uma cultura de identidade, de valorização da história e do património do Barreiro, não ignorando estes aspectos e não os deixando cair no esquecimento.
Um dos maiores erros deste executivo, e de outros tantos que o precederam, é a sua inércia e falta de visão estratégica clara e geral para a cidade. Sendo que a falta de identidade contribui depois para a forma como os próprios cidadãos a vêem e encaram, ou seja, um dormitório.