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CANDEIAS ALERTA PARA A ABSTENÇÃO E DEFENDE MODELO ECONÓMICO COOPERATIVO

 

O candidato do Bloco de Esquerda á Câmara Municipal de Lisboa, Humberto Candeias, considerou ontem à noite, que “não é possível desenvolver um território, quando cerca de 50% das pessoas se alheia das escolhas.

Falando durante uma sessão-debate no Lavradio, promovida pela SFAL em parceria com o jornal “Rostos”, Candeias sublinhou que é preciso encontrar respostas para a abstenção elevada que se tem verificado em eleições locais no Barreiro.

O candidato do BE acredita que provavelmente estes resultados seriam diferentes, se as populações se sentissem mais envolvidas nas escolhas políticas. Defendendo um aprofundamento da democracia, Humberto Candeias destacou que a “forma como as cidades são governadas, é determinante nas políticas, na governança da cidade”. “Ouvir as pessoas é importante, mas não chega”, enfatizou o candidato bloquista, para quem “ no Barreiro existe uma democracia pobre”, o que poderá ser melhorado se existir “proximidade e mais representação políticas, para que as pessoas se envolvam” e acusa: “no barreiro há uma ficção de participação”. Humberto Candeias defende orçamentos participativos, para que as pessoas se “sintam donas da sua terra”.

No debate moderado pelo jornalista António Sousa Pereira, o Candidato do Bloco destacou também um dos pontos do seu Compromisso Eleitoral que passa por valorizar o património histórico-cultural do Barreiro: “ o Barreiro é uma terra em aflição”, no que diz respeito á questão do património, e é o “único concelho da região que não tem um único moinho em funcionamento”. Candeias critica duramente os poderes locais por não valorizarem devidamente esta dimensão cultural.

Referindo-se ao Barreiro Velho, que há vários anos apresenta sinais de acentuada degradação, Candeias destaca que a candidatura “Barreiro Vivo foi perdida porque não teve um plano de acção que envolvesse a população”.

O candidato do Bloco acredita em soluções jurídicas para o facto de a maioria dos edifícios e casas do Barreiro antigo serem propriedade privada mas também “como politico não aceita que a privada propriedade ponha em causa o interesse e o espaço publico”.

Humberto Candeias criticou também o estado em que se encontram vários locais do domínio publico, no que toca á higiene e limpeza urbana, referindo-se a numerosas queixas que moradores têm feito “sobre maus cheiros, lixo espalhado”.

COESÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO

O Candidato do Bloco de Esquerda destacou na sua intervenção as consequências da crise no concelho do Barreiro, considerando que há “uma regressão social com desigualdades gritantes”, á semelhança, aliás do que se passa em todo o País.

Candeias refere que não tem havido localmente políticas de desenvolvimento sustentado, designadamente que tenham em linha de conta a valorização ambiental: “ temos que aprender com a História e não pode o Barreiro partir para um futuro, sem acautelar o desenvolvimento das gerações vindouras”, frisou o candidato à Presidência da Câmara Municipal do Barreiro.

Nesse capítulo do desenvolvimento económico, Candeias lembrou que o associativismo tem fortes tradições nos domínios recreativo, desportivo e cultural, mas lamenta que não se estenda ao sector da economia, defendendo que existe espaço no Barreiro para um associativismo cooperativo, capaz de promover a criação de emprego e desenvolvimento económico.

O candidato bloquista critica a falta de respostas por parte da Câmara Municipal neste domínio e lamenta: “o cooperativismo não está na moda, o que está na moda é o self-made man, o egoísmo”.

Na sua intervenção, Humberto Candeias criticou também aquilo que considera ser a falta de planeamento estratégico do Barreiro na obtenção de fundos europeus de desenvolvimento: “O Barreiro chegou tarde aos fundos comunitários e quando chegou, chegou mal”.

Para o líder da Candidatura Autárquica do Bloco de Esquerda no Barreiro, é necessário em todos os domínios que dizem respeito á cidade e ao município, ter uma posição abrangente: “mais do que prometer 100 ou 300 medidas típicas do marketing político”, ironizou Humberto Candeias em defesa dos Compromissos já apresentados aos eleitores do Município.